Que horas serão em Srinagar?
13.dezembro.2000
Tania Menai, de Nova York
Anualmente, 60 milhões de pessoas transitam pelas diferentes zonas de horário do planeta e, para a maioria delas, estar com o cérebro no Ocidente e o estômago no Oriente é um pesadelo. "Uma vez, voei da China para Nova York. Era meu primeiro dia de trabalho e acabei dormindo em plena reunião com meu chefe", diz a mineira Daniela Soares, que trabalha na área financeira. "Ele me mandou lavar o rosto, mas não adiantou."
Os efeitos da diferença de fuso vão de impaciência e náuseas a dor de garganta e perda de libido. Quanto mais zonas de horário sobrevoadas, pior o efeito. Alguns dizem que quem voa no sentido oeste-leste tem mais dificuldade em se adaptar. Outros acham que é o contrário. Não importa. O efeito ataca na ida e na volta.
Pegue o exemplo de um simples vôo Nova York–Londres, cidades separadas por 5 horas de fuso: ao desembarcar em solo britânico, mesmo se a pessoa resolver dormir com os anjinhos às 10 da noite, ela dificilmente vai pregar o olho até as 3 da madrugada, quando em Nova York, sim, são 10 da noite. Na volta, o indivíduo acorda cheio de energia às 4 da matina, louco por um pãozinho com manteiga, granola e café com leite - porque para seu estômago são 9 da manhã.
"Nesses casos, levo três dias para me adaptar", diz um especialista no assunto, o advogado paulista Vladimir Abreu, do escritório Tozzini, de Nova York. Ele viaja 20 dias por mês e pode ser visto em Tóquio, Madri ou São Francisco numa mesma semana.
Remédios são uma opção. Mas a maioria deles ainda está em teste, como o suplemento Enadalert, do laboratório Menuco, que combate a sonolência. Para quem sofre demais com esse problema, o jeito é buscar meios de se consolar. Algo como... sei lá, fazer uma viagem.
[ copyright © 2004 by Tania Menai ]
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