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Arte em série
27.março.2001

Tania Menai

Quem disse que revistas têm de ter capa, contra-capa ou até mesmo páginas? Celebrando uma década, a Visionaire prova que não. Com formato e espaço para ilimitadas inovações, “Visionaire” é o sonho de qualquer designer que vê suas mirabolantes idéias podadas nas redações do mundo. Cada edição é dedicada a um tema e pode vir em caixas de acrílico, embalagens de couro, pastas de papelão, estilo tailandês ou jogo de cartas. Liberdade e criatividade correm soltas. E a grana idem.

Sediada no SoHO, a revista circula trimestralmente com uma minguada tiragem de 1000 a 3 000, passando somente pelas mãos mais badaladas do pedaço. Não é para menos, visto que o expediente é o supra-sumo dos sobrenomes do mundo da arte e da moda. Para soltar alguns, o ícone francês Catherine Deneuve, Madonna, o fotógrafo alemão Andreas Gursky, o arquiteto americano Frank Ghery e o estilista Helmut Lang. Para os mortais, resta a exposição “Dreaming in Print”, que reúne todas as edições de “Visionaire”, até o dia 21 de abril na Fashion Institute of Technology , em Manhattan.

Irreverente e sempre disputada a tapas, “Visionaire” já ganhou apostos elogiosos como “a revista mais cara do mundo”, “obra de arte” e “peça de colecionador”. E é mesmo. O número 18, sobre Moda, feito em 1996, veio dentro de uma pasta de couro da Louis Vuitton. Dentro, a visão de 44 estilistas sobre o tema. A tiragem de 2.500 voou em menos de duas semanas e até hoje é a edição mais difícil de ser encontrada. A edição seguinte foi sobre beleza e surpreendeu trazendo na capa batons e rímel de verdade. Em abril de 1997, “Visionaire” preparou uma memorável edição com tiragem de 3 000 sobre diamantes em colaboração com a De Beers, a Diamond Information Center e a joalheria brasileira H.Stern. Numa caixa de veludo, foram reunidas fotos de diamantes e modelos tiradas em todas as partes do mundo, formando um baralho. Um das caixas veio premiada com nada menos do que um colar de diamantes.

Mas a criatividade ganhou uma nova dimensão quando um vestido de Versace usado por Madonna foi picotado em 5 mil pedaços e colado em todas as cópias da edição "Chic" – esta, ainda veio com um guardanapo estampado com a marca de batom de Paloma Picasso e uma carta que Catherine Deneuve escreveu à mão para Ives St-Laurent. E enquanto Hermès assinou a criação de uma máscara veneziana para a edição sobre “Carnaval”, que vinha numa caixa redonda recheada de imagens surreais, o número 23, ficou por conta da mente borbulhante de Karl Lagerfeld. O tema era “Roupas Novas” e ele preparou uma maleta de madeira com 50 fotos de modelos – todos nus. O projeto, que levou 9 meses para ser finalizado, trazia a seguinte pergunta: “Será que existe moda mesmo sem roupa?”. Além da H.Stern, o Brasil ainda finca bandeira com Gisele Bündchen, ou apenas Gisele, que foi uma das fotografadas para o número 29. O tema era “Mulher” e a edição reuniu 50 artistas, incluindo pastéis do pintor italiano Francesco Clemente. Gisele volta na edição deste mês ( março de 2001) que trata de “Homens”. A edição traz campanhas publicitárias dos anos 70, a história da moda no ambiente de trabalho e as histórias dos homens da vida de Cindy Crawford e Gisele. No próximo mês de maio, Visionaire levanta o tema “Poder”, com uma coleção de fotos celebrando a beleza e o impacto das imagens.


[ copyright © 2004 by Tania Menai ]

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