Para ver e sonhar
06.novembro.2002
Tiffany mostra seu acervo de jóias
com pedras preciosas coloridas
Alessandro Duarte*
Uma vitrine repleta de jóias é capaz de deixar qualquer mulher hipnotizada. Ainda mais se a vitrine em questão for da Tiffany & Co., uma das mais famosas joalherias internacionais e sinônimo de glamour há 165 anos. Neste mês, a partir do dia 4, os paulistanos – e em especial as paulistanas – poderão encantar-se com um pouco de sua história, celebrizada pela atriz Audrey Hepburn no filme Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany's, 1961). A loja do Shopping Iguatemi abrirá a exposição Colors of Adornment – As Jóias e Objetos de Pedras Preciosas do Acervo da Tiffany & Co. Estarão reunidas ali 32 peças de valor inestimável que fazem parte da coleção da matriz, em Nova York, e só podem ser vistas em mostras como essa. Também ficarão expostas sessenta jóias à venda. A mais cara, um broche do designer Jean Schlumberger, custa 508.912 reais. Todas representam o fascínio pelas pedras preciosas coloridas, muitas delas brasileiras.
A exposição será dividida em três temas: O Legado de George Kunz, Café Society e A Tradição Continua. No primeiro, foram agrupados tesouros antigos como o colar Finial, de 1900, que mistura safiras, águas-marinhas e topázio rosa com granadas descobertas nas montanhas dos Urais, na fronteira da Europa com a Ásia. No segundo tema, a estrela é Cocktail, um conjunto de colar, pulseira e brincos com citrinos, diamantes e rubis assentados em rolos de ouro 18 quilates. Entre as criações contemporâneas, destacam-se as da designer Paloma Picasso, filha do pintor Pablo Picasso, conhecida por abusar de pedras grandes.
As pedras preciosas coloridas foram introduzidas na Tiffany em 1876, pelo gemólogo George Kunz. Aos 20 anos, ele conheceu o fundador Charles Lewis Tiffany e lhe apresentou uma turmalina verde de tamanho excepcional. Charles Tiffany teria ficado tão impressionado que ofereceu a Kunz o cargo de vice-presidente. Sua missão seria rodar o mundo atrás de outras raridades. Kunz encontrou tantas que chegou a batizar uma delas, a kunzita. Para a exposição, a loja do Iguatemi será decorada com bonecos em tamanho natural que lembram os bon-vivants dos anos 40 e 50. O diretor de design da joalheria, John Loring, virá a São Paulo especialmente para o evento. No dia 5, ele irá autografar alguns de seus quinze livros (seis deles editados pela ex-primeira-dama americana Jackie Kennedy Onassis). Quando Loring, ex-professor de arte da Universidade da Califórnia, começou a trabalhar lá, em 1979, a empresa tinha sete lojas e um faturamento anual de 70 milhões de dólares. Hoje, são mais de 100 lojas, com vendas que beiram os 2 bilhões de dólares por ano. "Queremos apresentar nosso sonho aos visitantes", diz a gerente Laura Pedroso. Mesmo na Tiffany, olhar e sonhar não custa nada.
* Colaborou Tania Menai, de Nova York
[ copyright © 2004 by Tania Menai ]
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