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Nobel da Paz para Ecologista Africana
16.outubro.2004

Tania Menai, de Nova York


Turbantes coloridos, sorriso iminente e doutora em ciências biológicas. A líder ambientalista Wangari Maathai, ativista de direitos humanos e ministra do meio-ambiente do Quênia, foi premiada no dia 8 de outubro, com o Prêmio Nobel da Paz de 2004. Ao reconhecer o trabalho de Maathai, a primeira mulher africana a receber este prêmio, o comitê o Nobel citou "sua força em promover um desenvolvimento ecologicamente viável no Quênia e na África nas áreas social, econômica e cultural."

Esta é também a primeira vez que um esforço de proteção à ecologia é ligado à luta pela paz. Mas isso não é novidade para Maathai. Em seu livro The Green Belt Movement: Sharing the Approach and the Experience, (O Movimento do Cinto Verde: Dividindo a Experiência), publicado nos EUA em 2003, ela já apontava que conservação do meio-ambiente, direitos das mulheres, bom governo e a luta pela liberdade são todos componentes para a paz.

Por décadas, Maathai trabalhou pelos direitos femininos e pela proteção da natureza - muitas vezes, sob ameaça de violência física. Uma das líderes do Conselho Nacional de Mulheres do Quênia, na década de 70, ela e outros membros do Partido Verde, foram os responsáveis por parar a construção de um prédio de 62 andares no Parque Uhuru, o principal espaço público verde de Nairobi. Apesar de sua campanha ter sucedido, sete de seus companheiros foram mortos. Agentes do governo chegaram a espancá-la.

Vencedora de vários prêmios internacionais, em 1977 Maathai fundou o Movimento do Cinto Verde no Dia da Terra. Sua idéia era combater o desmatamento massivo e a erosão do solo - realidade que devastava o Quênia, como resultado da corrupção e administração precária da terra. Ela sabia que plantando árvores poderia-se melhorar intensamente a qualidade do solo no país.

Com isso, Maathai criou mais fontes de energia sustentável, melhorou o conhecimento sobre alimentos e oportunidades educacionais - além de dar mais poder às mulheres. Seu movimento plantou quase 30 milhões de árvores pelo Quênia (com 70% de sobrevivência) e beneficiou salário a 80 mil pessoas. Hoje, seu movimento tem programas por mais de 30 países africanos, nos EUA e no Haiti. E mais: 70% dos envolvidos nestas iniciativas são mulheres.


[ copyright © 2004 by Tania Menai ]

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