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Microbicidas ajudarão a prevenir a AIDS
09.junho.2005

Tania Menai, de Nova York

Na semana passada, o ministro da Saúde, Humberto Costa, participou de um almoço nas Nações Unidas, em Nova York, que reuniu líderes e ministros de saúde e ciência internacionais, além do secretário geral da ONU, Kofi Anan. Em sua palestra, o ministro reforçou que o Brasil terá compromisso em colaborar com pesquisas em microbicida, a nova maneira de prevenir a Aids em mulheres - eles são produzidos em forma de cremes ou gel aplicados diretamente na vagina, reduzindo o risco de contaminação durante a relação sexual.

"É preciso que acionistas de empresas que produzem microbicidas e vacinas façam desta causa uma prioridade", disse ele. "Os microbicidas são importantes para o Brasil, onde a mulher ainda não tem o poder de negociar o sexo seguro e a utilização da camisinha. O microbicida será um avanço para o controle da contaminação feminina e na disseminação da doença", disse o ministro ao Aprendiz.

Biologicamente, mulheres são sucetíves ao HIV duas vezes mais do que os homens. O microbicida pode matar ou imobilizar o vírus HIV, formar uma barreira entre o vírus e o tecido vaginal, incrementar a imunidade vaginal ou prevenir que o vírus de se multiplicar depois de entrar nas células da vagina. Os gastos com pesquisa em microbicida ainda estão bem escassos. Em 2004, apenas 140 milhões de dólares foram gastos com desenvolvimento e campanhas. Nos próximos cinco anos, serão precisos 280 milhões de dólares por ano para desenvolvimento da droga. Cinco tipos de microbicidas estão entrando este ano em fase de teste no mercado.

Em palestra, o ministro disse ainda que o sucesso do Brasil na prevenção da Aids não se deve apenas à iniciativa política, mas à mobilização da sociedade civil. "O papel do ministério da Saúde é agregar as diversas iniciativas públicas e privadas. O Brasil tem hoje 160 mil pessoas em tratamento - e isso só é possível com a quebra de patentes, pela flexibilidade de acordos e pela compreensão do Declaração de Doha". Ele ressaltou ainda que o ministério pretende estreitar relações com países fortes em tecnologia e ciência para que haja troca de informação. "A importância deste encontro reforça que a prevenção ocupa um papel fundamental na estratégia de controle de combate à Aids. O Brasil faz parte de um estudo importante sobre vacinas terapêuticas. Nesta conferência, pudemos trocar algumas informações sobre isso".

O ministro emitiu opinião ainda sobre o projeto que autoriza o governo a quebrar patentes de medicamentos para o tratamento da Aids aprovado anteontem pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. "Achamos importante que o Congresso Nacional esteja discutindo este tema - é o tema da maior atualidade e importância. Contudo, este é um projeto que antecede os decretos que deram condições ao Brasil, em situações de emergência ou de interesse nacional, de quebrar patentes. Hoje já dispomos destes mecanismo - quando vemos necessidades, podemos quebrar essas patentes. Não será necessário que este projeto seja aprovado para que o Brasil venha a estabelecer um licenciamento compulsório".


[ copyright © 2004 by Tania Menai ]

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