Flipinha atrai centenas de crianças a Paraty
08.julho.2005
Tania Menai, de Paraty
Quem anda por Paraty, pensa que aqui acontece uma colônia-de-férias. As crianças também são grandes beneficiárias da terceira edição da Flip, Feira Literária Internacional que acontece na cidade, até o domingo, dia 10 de julho. Intitulada de Flipinha, a programação infantil não deixa nada a desejar aos eventos de gente grande. "Montamos as atividades com participação de professores da região, que atuam em escolas costeiras e rurais", diz Gabriela Gibrail, diretora educacional da Flipinha. Na sede dos eventos, cuja caixa-de-som toca O Pato, de Vinícius de Morais, Toquinho e Paulo Soledade. Logo em frente, na Praça da Matriz, uma carroça intitulada "Moleque Maluquinho" vende livros de Ziraldo, enquanto tinta de guache verde deslizando entre os paralelepípedos indica que
alguém andou pintando o sete por aqui .
Na manhã de sexta-feira, ninguém menos que o gaúcho Luis Fernando Verissimo deleitou adolescentes e crianças ao contar sobre suas obras. "As perguntas das crianças a eles me surpreenderam. Elas mostravam conhecimento sobre seus livros", conta Gabriela. "Uma menina de 11 anos perguntou se o título 'As mentiras que os homens contam' foi inspirado em si - e ele disse que sim". Após a palestra, as crianças ainda tiveram a oportunidade de conhecer as histórias arábicas de Mamede Jarouche, acadêmico da USP que traduziu o primeiro volume de Mil e Uma Noites. "Ainda faltam três", avisa ele.
No começo do ano, professores receberam formulários da organização para estimular a criação de projetos para a Flipinha. Os temas eram estimulavam textos, desenhos e interpretação, e também trabalhos sobre a obra de Clarice Lispector, a homenageada da Flip deste ano. Algumas escolas criaram peças infantis, outras fizeram contos, músicas, poemas e arte usando o folclore e técnicas locais. Além da apresentação destes projetos, Paraty ainda está decorada com bonecos gigantes feitos em papel maché que ilustram histórias como Dom Quixote, Rapunzel e Chapeuzinho Vermelho. "Já foi medido em livrarias que os eventos da Flip estimula a leitura infantil. Nunca leu-se tanto nesta região do país", comemora Gabriela.
O calendário para o final de semana - quando o sol promete aparecer depois de três dias de frio e chuva - inclui peças como Saltimbancos e Bumba-meu-boi, cirandas de canções populares, contadores de histórias o musical "Como as estrelas nascem", baseado na obra de Clarice Lispector, visitas da turma do Sítio do Pica-pau Amarelo. Eventos que atraem também saudosos trintões e quarentões.
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[ copyright © 2004 by Tania Menai ]
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